quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Linda Noite

          A de terça feira... (ontem). 
          Uma lua branca, prateada, iluminadamente redondinha, redondona, redonda. Por um bom tempo, de 85 a 2000, quando a via cheia no céu, pensava em minha mãe..., vai saber porque. Mainha ainda vem ao pensamento, mas hoje em dia é a beleza do universo em si que chama mais minha atenção.
          Fico abismado também pela reunião de pessoas tão criativas que acontece hoje nos blogs. Jamais pensei que houvessem tantas pessoas por aí com tanta riqueza para oferecer. Não é a toa que profetas vaticinam novos tempos. Dizem que temos que brilhar, na escuridão que por aí existe. Talvez seja a hora de se mostrar, de se dizer o que sentimos, de colocar-se perante si, de valorizar o próximo que está longe ou perto, que é conhecido ou não, que é bonito ou não..., que é mais idoso, que é mais jovem, ou, que ainda é criança. O próximo, que já não pisa mais neste planeta, ou que pisará em breve.
Preparar-se para a vida é importante. Eu, pretendo nadar. Humm? Nadar? É!...
          Estou ensaiando começar a viver, então creio que terei que juntar tudo o que sou, e dar um passo adiante. Tirar lá de dentro o momento do caminhar. Ahhh, não é difícil falar sobre isso, ficaria um bom par de horas divagando sobre o que é um ‘passo espiritual’, aquele que nossa alma amorosamente exige. Fazer isso já é mais..., complicado.
          Aquele Que Nos Ampara disse o seguinte: ser é a razão do viver. Não é pensar correto, agir de maneira corajosa, pedir humildemente..., o certo é Ser correto, Ser corajoso, agradecer o que vc acha acha que ainda não recebeu.
          Não quis deixar passar o dia de hoje sem escrever algo.
          Lá fora tá tão gostoso...! Vou dar mais uma olhadinha no céu, respirar esse ar fresquinho.
          Boa noite. Bom dia.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O “Nada” Nosso De Cada Dia

Sempre tive consciência dessa dimensão. Desde pequeno, me apercebia separado de um acontecimento que julgava pueril, desnecessário, estranho à minha sensibilidade (que considero ‘normal’). Situações familiares estão inseridas neste contexto, e não há nada que se possa fazer na dimensão ‘real’, as pessoas, e eu, somos o que somos.

Não sou importante para minha família, e ela, de um momento para o outro, deixa de ser também. Essa é a real. Seria egoísta, sonso e ingênuo também, se não percebesse o outro lado. Cada um tem suas necessidades, neuroses, enfim: um histórico psiquiátrico. Hummm..., ficou forte essa palavra: até parece que acredito que haja desvios entre componentes de uma família, essa "entidade abençoada"... Usarei outra: histórico psicológico.

De psiquiatria eu entendo: já fui considerado um patso que necessitou de seu amparo. Como todo amparo vindo de humanos, esse também é falho; ou melhor: cumpre o que não promete – se ao contrário, cumprir o que prometer..., sai de baixo.

Não só o caminho do inferno está atapetado de boas intenções, o da indiferença também. Pais ensinam diligentemente seus filhos e filhas a serem indiferentes, nem começarei a enumerar as razões disso, acharemos inúmeras. Cheguei nos meus 25/40 anos sem ter uma consciência real de que pobre era gente, imaginem o resto de minha visão de mundo... Minha tendência era achar que essa idiota e energúmena situação eram derivadas de uma consciência social torta, muito característica da classe média, que consegue ser idiota elevada a n em suas posturas. Considero hoje que a estupidez é geral (claro, assim como o bom senso...), independente do sexo, raça ou posição social. É neste contexto que fui criado, e que estou. O que sou gera conflitos. Ao tentar me afastar, isentar-me de minha mágoa, me vejo direcionado pela inteligência e sensibilidade: salvando-me de amargos ressentimentos.  
Minhas reações contra esses estados das coisas são ‘neuróticas’, pelo menos é assim que vejo a maneira como me vêem. Considero ser, também, o que ('me') vêem. Goste ou não.
Entro, então, no meu ‘nada’ – modo de dizer: é outra parte do ser; ‘trocar de visão’ seria mais correto. Creio que todos têm essa capacidade..., normal.

O que faço com essas coisas que sinto, vejo, e experimento? Nada. Elas não estão aí para serem mudadas ao bel prazer: fazem parte da estrutura geral. Como a areia que inevitávelmente irá entrar em seu olho num dia de vento. Fico amuado então?, tristonho em meu canto?, entro na turma do Dexter? Não. Pretendo entrar em mim, conhecer a plenitude do meu Eu, ter essa experiência que sempre busquei através de introspecções, cogumelos, papos, abraços e conversas (chapado) dentro de madrugadas, ou caminhando numa estrada sobre as estrelas...

A raiva está aqui, do lado de cima do coração; sinto-a perto, mas não há lugar para ela.

Uma hora paro de deixar as coisas para amanhã.