Escrevi esta carta em resposta a outra, que recebi de um amado amigo que não via a 40 anos.
Ela foi escrita a três anos atrás.
Com este amigo saí, aos dezoito anos, com destino a Patagônia. Eu cheguei perto, ele voltou. Nos vimos de novo, e saímos de novo; dessa vez com destino a Machu Pichu. Chegamos lá juntos, e partimos para a Colômbia pelas estradas da América do Sul. Encontrei-me com meu irmão gêmeo que estava lá; nos banhamos no mar do Caribe, dormindo sob as estrelas - que lá não são poucas. Fizemos umas loucuras e viemos correndo para o Peru de onde, numa noite de chuva torrencial, pegamos um avião para Costa Rica. Neste país nos separamos..., voltei para o Brasil dois anos depois; e ele seguiu seu rumo.
Dando uma olhadinha em antigos emails, dei com esse que escrevi após receber, com alegria, um 'oi' da parte dele.
Ahh, quem descobriu quem? Eu o descobri!
:)
Alegria imensa.
Fomos o que fomos, eu e vc. E somos o que somos...!
Anos e anos..., nunca esqueci de vc. Parece papo de viado, mas é a realidade...! Moro em Vinhedo a 7 anos, quando saí de SP morava numa quebrada, lá no Guarapiranga.
De fato muitas coisas aconteceram, lendo o que vc escreveu, da maneira como o fez percebo que vc continua acelerado, neste momento (agora) não me encontro assim, então, minhas palavras serão mais reflexivas, acho que sou assim mesmo, reflexivo. Minha caminhada foi diferente... Minha mãe achava que eu tava meio pirado (de repente eu tava exquisito pra eles), entrei e saí de clinicas durante um bom tempo. Na última que fiquei levei um fumo de boa qualidade pro pessoal como despedida. Não me considero usuário, tem uma parte de mim meio complicada pra droga, embora ache que exista um "caminho" pra um cara desenvolver-se espiritualmente. Tem uma parte de mim que o admira profundamente! Lendo o que escreveu volto a tomar contato com vc, com o que pensa, da maneira como pensa. Mas o que impressiona é sua energia, essa que o impusiona, produzida por seu "caminhar", e que a gente sente quase que sòlidamente!
Vc mergulha nas coisas de uma tal forma...!!!!!
Bem, então, dos 25 aos 40, sempre dependente (ainda o sou), conheci umas poucas mulheres. Em 90 conheci a mãe de minha filha (17), nem sabia que a Kate fazia um movimento. Fazia, e não era pouco...! Entrei pro "tráfico". Dez anos na bagaça. Mas só entre amigos. Nem sei como estou vivo! Achava tudo uma aventura...! Cheguei a ter 500kg de verde em minha casa, entre outras coisas. Me enchi o saco.
Na verdade andei por outros caminhos. Andei fazendo uns cursos técnicos aqui na cidade. Pretendo me formar em Massoterapia, não sou do tipo "viajante", tenho que assumir, quer dizer, até sou! Tenho vontade de viajar pelo Brasil! Mas, tenho que aprender a fazer algo que me satisfaça para poder me sustentar! Considero que este seja meu caminho (já disseram que não devemos "querer" nada, nem "considerar" nada).
Meu irmão, o Mauro, faleceu faz 3 anos, foi um baque, mas tá tudo bem!
Vi o João Bittar uma vez lá na Lapa, não nos falamos. Acho que eu estava "feio" na fita. Coisas da vida...!
Minha vida, Cezar, é a mais tranquila possível. Passei um par de anos cheirando, e bebendo como um camelo. Cuido do pouco que tenho, moro sòzinho mas estou diáriamente com meus familiares (filha, cunhada, mãe). Depois que meu irmão se foi eu é que cuido delas; administro um prédinho pra cunhada, ajudo minha mãe no que posso (tá com 90, lúcida), minha filha passou por momentos delicados (teve que interromper uma gravidez, com mandato judicial, anacefalia), depois de amanhã estaremos enterrando uma criancinha que não viveu. Mas, tá tudo bem!!! Existe uma dose de tristeza, mas não de desespero.
Não estou feliz totalmente com meu caminho, mas é esse que percorro. Prevejo mudanças..., mas tudo tem seu tempo, seu processo.
Vamos marcar esse encontro. Seria um prazer recebê-lo em casa.
Todos vivemos nossos sonhos, infeliz daquele que não o fez. Continuo vivendo os meus, mas bem mais despacito que voce! Rsrsrsrs!!!!!!!!!!
Estou sem mulher, uma bosta, acho que idealizo muito, me ferro nisso!
Sabe, Cézar, às vezes não me acho digno de sua amizade...! Não, não estou me depreciando! Apenas estou sendo "coerente" comigo. De amigos que procurei me contatar, vc é o único que tem coisas muiiito parecidas comigo, fala uma língua que me indentifico!
Hoje sei que sou e sempre fui inteligente, mas sei que inteligência não é nada sem um equilíbrio ente todas as partes. Não é por meio dela que chegamos a ser completos, contentes, saciados. Aliás, nem quero ser saciado, em nada. Apenas numa espitualidade maior.
Vou te telefonar.
Bem, fico por aqui. Não pretendo sumir, seu porra louca!
Abração forte!
PS.: sEUS FILHOS SÃO LINDOS. TODOS!!!!!! Eu bem que queria mais um ou uma, mas..., sei lá! Vai saber se não aparece uma louca querendo um filho...! Rêrêrê!!!
Uma parte de mim se pergunta o porquê de escancarar minha vida numa pagina publica, a outra responde: porque esconder se na sua vida tudo isso aconteceu?
tem lógica... somos feitos de fatos, acontecimentos que nos levaram a reflexões e descobertas que nos definiram como o que somos hoje; então, pra que esconder??
Caso me esconda de você, em última análise, estou escondendo-me de mim; e isso não tem lógica...
Caso você se escandalize com algo que leu, nada posso fazer..., estou em paz comigo; e minha paz (hoje), não depende da sua.
Blog, pra mim, é livro... Edite-o algum dia, ele se transformará nisso.
Estou escrevendo o meu; já plantei e ainda planto árvores; tenho uma filha e ajudaria a fazer outra caso aparecesse uma mulher que quisesse ter, e que eu amasse (como meu amigo que tem uma menininha).
É isso. Me conheçam pois, mais um pouquinho; mas, não se enganem: mudamos a cada fração de tempo, constante e indefinidamente; assim que, esse que começou a escrever este post, já não é igual ao que o está terminando.
Um grande abraço a todos vocês que têm a gentileza, e o prazer, de me visitarem.
Desejo-lhes um Natal de Paz, Amor, Cordialidade, e tudo o mais que gostamos de sentir e receber.
Fiquem com Quem fez, e com Quem faz, de tudo, uma sublime realidade.
sábado, 24 de dezembro de 2011
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Rua Beatriz
Existe um site que nos permite passear pelas diversas ruas do planeta.
Aproveitei e dei uma volta pelas minhas reminiscências, que divido com vcs nesta oportunidade.
O site é este, experimente-o. É uma viagem!!!!
Em São Paulo morei em diversos lugares, com meus pais; desta rua fui para outra lá no Campo Belo. Depois irei para lá.
Essa ruazinha tinha alguns terenos baldios, a 23 de maio não existia (era um descampado cheio de mato, com um riachinho no meio), e eu estudava num parquinho ali perto no Parque Ibirapuera (ele, o parquinho, ainda está lá).
O bonequinho está marcando a rua errada, coisa do Maps...
Deveria colocar neste post fotos de mim, de meu irmão e irmãs, pai, mãe; do jeito que éramos; mas não tenho como escanear. Então, fica assim mesmo. Se eu fosse a Luna Sanches teria resolvido isso rapidinho.
Aproveitei e dei uma volta pelas minhas reminiscências, que divido com vcs nesta oportunidade.
O site é este, experimente-o. É uma viagem!!!!
Em São Paulo morei em diversos lugares, com meus pais; desta rua fui para outra lá no Campo Belo. Depois irei para lá.
Essa ruazinha tinha alguns terenos baldios, a 23 de maio não existia (era um descampado cheio de mato, com um riachinho no meio), e eu estudava num parquinho ali perto no Parque Ibirapuera (ele, o parquinho, ainda está lá).
O bonequinho está marcando a rua errada, coisa do Maps...
Deveria colocar neste post fotos de mim, de meu irmão e irmãs, pai, mãe; do jeito que éramos; mas não tenho como escanear. Então, fica assim mesmo. Se eu fosse a Luna Sanches teria resolvido isso rapidinho.
A Solange nasceu nesta casa, em 54; numa rua que tem saída para a 23 de maio, e que agora tem o nome do famoso escultor.
Atrás tinha uma casa num nível superior de rua, cujo proprietário jogava bombons Sonho de Valsa pra mim, pro Mauro, e pra Livia. Na época eu tinha 4 anos, minha irmã era 2 anos mais velha. Maínha disse pra não pegar porque 'tinha que tomar cuidado com essa gente'. Eu, com muita pena do tio por estar sendo difamado como tarado, parei de pegar (nunca se sabe); a Livia e o Mauro, não sei... Pelo que me consta, o Mauro (um irmão gêmeo que tive até 5 anos atrás), continuou a pegar durante um tempo.
A gente tinha, - a gente não, meu pai -, um boxer que corria atrás de mim e do Mauro; dava mó medo a disgraça do cachorro.
Aquela janela de cima um dia caiu em cima dos meu braços, foi o maior auê na rua. Ainda bem que já tava na hora da mamãe chegar, só fiquei uns 20 minutos 'pindurado' do lado de dentro.
Nessa rua o Mauro (fingiu que), tomou gasolina pela primeira vez; eu acreditei...
Nos mudamos no ano que minha irmã nasceu (54, como ja disse); caraca!!!!, era a festa do IV Centenário de São Paulo, um festão da gota! Aviões soltavam folhinhas de alumínio brilhantes em forma de triangulo, fogos a dar com o pau!
Eu não fui ao Parque ibirapuera, tava com caxumba. Na verdade a gente já tava legal, sem a bendita doença; mas com medo que a gente pegasse uma recidiva, minha mãe deixou aquele pano besuntado de Iodex enrolado por um bom tempo em nossas cabeças e queixo...
É..., recordar é viver; pelo menos depois de uma certa idade...
Abraços.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Juntos: O fotógrafo, A Blogueira, E Uma Emoção A Flor Da Pele
Uma foto. Só uma, colocarei aqui.
Ahh..., mas vcs, talvez, quererão ver mais...! Ahhh..., vão! Tudo bem! Se o fizerem, seus corações agradecerão. Vão por mim: experiência própria!
Julia Bollinger resgatou para nós um fotógrafo que vale a pena conhecer; com este post, estou dando uma forcinha a ela, a mim (que sou chegado numa divulgação), e a vocês meus belos, e belas.
Humm, o nome do fotógrafo: Thiago Fogolim!
Alguém (um fotógrafo), disse que tem que se chegar perto para que a foto seja uma foto. Isso o Thiago faz com competência: chegar perto e descobrir a alma; dele, e dos(as) eventuais modelos. A nossa também se descobre, no andar da carruagem...
Ia me esquecendo, o artista colocou um breve texto em cada foto editada; uma delícia a parte.
Abraço, meus queridos e queridas.
::PALHAÇO PARAFUSO:: “Ele era palhaço, o Palhaço Parafuso. Arrumou algum rolo com o governo de impostos atrasados e acabou preso por isso, na época da Ditadura. Ele diz que resolveu ir para a rua porque era mais fácil, para evitar burocracia”.
Ahh..., mas vcs, talvez, quererão ver mais...! Ahhh..., vão! Tudo bem! Se o fizerem, seus corações agradecerão. Vão por mim: experiência própria!
Julia Bollinger resgatou para nós um fotógrafo que vale a pena conhecer; com este post, estou dando uma forcinha a ela, a mim (que sou chegado numa divulgação), e a vocês meus belos, e belas.
Humm, o nome do fotógrafo: Thiago Fogolim!
Alguém (um fotógrafo), disse que tem que se chegar perto para que a foto seja uma foto. Isso o Thiago faz com competência: chegar perto e descobrir a alma; dele, e dos(as) eventuais modelos. A nossa também se descobre, no andar da carruagem...
Ia me esquecendo, o artista colocou um breve texto em cada foto editada; uma delícia a parte.
Abraço, meus queridos e queridas.
::PALHAÇO PARAFUSO:: “Ele era palhaço, o Palhaço Parafuso. Arrumou algum rolo com o governo de impostos atrasados e acabou preso por isso, na época da Ditadura. Ele diz que resolveu ir para a rua porque era mais fácil, para evitar burocracia”.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Amizade Tem Dessas Coisas....
Namore uma garota que lê – Rosemary Urquico
Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.
Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.
Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico
Tradução e adaptação – Gabriela Ventura
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