sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Diz o político matinho:




Valeu galeraaaaaaaaaaa!!!




   
  Nos anos 60 um rinoceronte de um zoológico carioca levou uma
porrada de votos, mais que muiiiita gente!
  Então, evoluímos: tamos votando num palhaço!

Millôr/Fábio/Millôr

Millôr Fernandes lançou um desafio através de uma pergunta:
- Qual a diferença entre Político do PT e Ladrão?
Chamou muita atenção a resposta enviada por um leitor :
- Caro Millôr, após longa pesquisa cheguei a esta conclusão : a diferença entre o político e o ladrão é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo?" Fábio Viltrakis, Santos - SP.
Eis a réplica do Millôr :
- Puxa, Viltrakis, você é um gênio... Foi o único que conseguiu achar uma diferença!


PS.: O PT entrou meio de gaiato na história... Talvez por causa dos vacilos...

domingo, 3 de outubro de 2010

A Escalada Da Pobreza (De Espírito)

O texto fala de Dilma, do PT, de escândalos recentes, de posturas generalizadas. Mas, não só disso: também nos direciona a um pensar menos 'satisfeito', menos ufanista. Nada do que li neste texto é calunioso, maldoso, gratuíto. Existe lógica nele, e a ela me atenho.
Se mudará vossa opnião? E eu sei lá? Quem dera poder, um postzinho, mudar algo na maneira de fazer política nacional!
Vai dar tudo 'certo'? Vai dar tudo 'errado'?
Quem viver, verá.
Por enquanto, fiquem com o Guilherme Fiúza (de quem, se não me engano, nunca ouvi falar).


"O último debate entre os presidenciáveis na TV, com seu clima de chá de senhoras na Confeitaria Colombo, produziu uma única certeza: a opinião pública está morrendo.

Os candidatos não falam com ninguém.

Falam com as pesquisas. E como as pesquisas são cada vez mais imunes ao que acontece na vida real, o debate na TV Globo foi uma espécie de horário eleitoral gratuito coletivo. Perguntas, réplicas e tréplicas compuseram uma animada conversa de surdos.

Cada um com seu monólogo ensaiado, falando diretamente ao coração do seu marqueteiro, olho no olho.

Foi assim, nessa conjunção de mundos límpidos e sem conflitos, que sumiu na paisagem a grande ausente do debate.

Erenice não deu as caras. E dessa vez não foi culpa dela. A fiel escudeira de Dilma Rousseff fez tudo certo para protagonizar a reta final da campanha.

Empenhou seus familiares e simpatizantes, em diferentes graus de parentesco, para exibir por completo a doutrina petista de privatização do Estado. Com sua coleção de indícios de tráfico de influência, manteve o lema revolucionário de endurecer sem perder a prepotência jamais, chamando o candidato adversário de "aético" e "derrotado" em nota oficial. Mas o Brasil é magnânimo.

Já começou a esquecer que teve uma Erenice na chefia da Casa Civil.

Se Erenice Guerra, a breve, fosse só um acidente na República dos companheiros, melhor mesmo seria deixá-la despontar para o esquecimento.

O problema é o quanto o estilo Erenice diz sobre Dilma - essa desconhecida com cerca de 50% das intenções de voto.

A ministra que Lula teve que "suicidar" a menos de um mês das eleições seria, por assim dizer, o homem forte do governo Dilma. Com o escândalo já cheirando mal a céu aberto, a candidata petista ainda tentou salvar sua protegida, classificando de "factoide" a revelação das peripécias de Erenice na penumbra do Planalto. O factoide custou a cabeça da ministra, mas Dilma continuou firme: "Não vi nenhuma ação inidônea da ex-ministra Erenice." Quanto desse tipo de idoneidade tomará posse junto com Dilma Rousseff, se eleita? O Brasil não quer falar sobre isso agora. Prefere esperar pelo futuro tomando seu chá na Confeitaria Colombo.

Como foi possível a Dilma entrar e sair do debate na Globo sem ouvir o nome de Erenice? Como foi possível à candidata de Lula desfilar na TV para milhões de brasileiros sem dar uma única explicação sobre a propensão fisiológica, autoritária e conspiratória de seu projeto político, flagrada no caso Erenice? É simples. Os bem-pensantes estão convencidos de que o povo não sabe o que é Casa Civil. Não adianta falar de tráfico de influência, porque o povo também não entende. Aliás, o povo também não sabe o que é violação de sigilo fiscal. Será que o povo sabe o que é falcatrua? Possivelmente sim, mas não liga o nome à pessoa. Ligar Erenice a Dilma, então, nem pensar.

Segundo essa doutrina, para ser ouvido pelos brasileiros, o candidato de oposição José Serra, por exemplo, tem que se apresentar como Zé, filho de feirante. No Brasil emergente da era Lula, a pobreza é quase um diploma.

E a ignorância enseja carinho e condescendência. Independentemente de seus atos, o presidente sociólogo desperta antipatia; o presidente operário desperta orgulho. E assim o país vai reduzindo suas desigualdades: orgulhando-se de falar a língua inteligível pelos que não sabem falar, substituindo brilhantismo por bom-mocismo.

Estudiosos formados nas melhores escolas do Rio e de São Paulo produzem estudos confirmando um novo Brasil descoberto em 2003. O proselitismo lulista envaidece a elite envergonhada.

Na FGV, no Ipea, na USP, na Unicamp proliferam os papers deslumbrados com a nova classe C que não lê jornal e vai ao shopping.

De que vale saber quem fundou a estabilidade econômica, ou o que é Casa Civil? Essas coisas não cabem na fábula do filho do Brasil, com seus mais de 80% de audiência. O freguês tem sempre razão. Rumo ao Oscar.

O presidente operário está tirando o Brasil da pobreza, e legará sua obra social à primeira presidenta do país.

Soa bonito, melhor não contrariar.

Ainda assim, sem querer ofender o arrastão do bem, caberia perguntar: um país que perde discernimento, que compactua com a falta de esclarecimento, que não fala o que os emergentes da classe C supostamente não vão entender, que faz debate de mentirinha para não perturbar o sono da opinião pública, está saindo da pobreza para onde? A indiferença nacional com o caso Erenice é um indicador seguro de elevação da pobreza - pobreza moral, cultural, cívica. A imprensa flagrou a pobreza de espírito dos que chegam ao poder para "se servir", como disse o próprio Lula sobre Erenice. Mas, como alertou o Verissimo, foi tudo uma tentativa de impedir a vitória da Dilma.

É o velho Fla-Flu ideológico - a face mais pobre do Brasil. E aí não há Bolsa Democracia que dê jeito."