quinta-feira, 28 de abril de 2011

Curto Curtos Poemas

O que é mais importante, o nome de um blog ou seu conteúdo?
Depende. Um nome as vezes quer dizer muito; as vezes o conteúdo é mais cativante; as vezes, os dois!
Este blog que lhes apresento pertence a terceira categoria: gosta-se do nome, e do conteúdo.
Ahh, o nome dele!...: POEMA CURTA-METRAGEM!
Uma dilíça!


Não dizes, mas sei,

eu sei, meu bem,
que gostas,


de escrever poemas de amor
em minhas costas,


pra que eu não perceba
mais do que mostras


e acabe por dobrar
as apostas.

                                                                                   < - Flá Perez ->


Esse também é duca!:


Autoral

É de outros,
se eu ponho entre aspas.

Quando ponho entre as pernas
é só meu
e ninguém tasca.





domingo, 24 de abril de 2011

A Mente Mente - II

     Aos 24 do mes de maio de 2010,  dia de Nossa Senhora Auxiliadora para os católicos,  coloquei um post neste blog que falava sobre certas qualidades, e defeitos, da Mente. 
     Neste dia prometi-lhes que iria voltar ao assunto, mostrando-lhes as conclusões a que chegou um Homem Sábio: Krishnamurti.
    Não não!! Não é um guru! Quiseram fazer dele o líder de uma seita, ele rechaçou a idéia, e seguiu sózinho o caminho dos próprios ensinamentos; alcançando um nível de Espiritualidade que o permitiu tocar o Inefável, a Verdade, ainda em vida.
    Suas idéias, assim como a de todos os Mestres que nos foram mandados, são claras, cristalinas! Têm a transparência característica que só a Verdade nos oferece.
    Este trecho  é o que interessa, por se tratar da Mente; mas  ele discorre sobre este assunto em todo o livro: Diario de Krishnamurti, editado pela Culttrix.
    Vamos a ele:

    "O fato de ter suas raízes na memória, determina o reduzido alcance do pensamento. Ao desejar transcender aos seus próprios limites, ele se torna meramente especulativo, fantasioso,  e destituído de significado. É vedado ao pensamento descobrir algo além de seus limites temporais. E, ainda que decifre seu próprio enigma, ele é incapaz de penetrar nos mistérios da meditação. Esta, para existir, depende do findar do pensamento.
    O cérebro é um instrumento de surpreendente sensibilidade. Incansável em sua capacidade de captar, registrar, interpretar, e acumular impressões, ele não para jamais de funcionar. Herdando do animal o instinto de sobrevivência e a busca de segurança fisica, o cérebro tomou como base de todas suas atividades as projeções tais como deus¹, a virtude, a moral, a ambião, os desejos, as exigências, e os ajustamentos.
    Por ser extremamente sensível o cérebro, com sua capacidade de pensar, passa a dedicar-se ao cultivo do tempo: do presente, do passado, e do futuro. Com isso, ele tem a capacidade de deter a ação, de buscar a satisfação, de perpetuar-se através da busca do ideal, e do preenchimento. Daí nasce a dor, a fuga na crença, no dogma, no misticismo, em todas as atividades, e nas múltiplas formas de entretenimento.
    A morte e o medo estão sempre presentes, obrigando o pensamento a buscar alívio e refúgio nas crenças, na esperança, e nos conceitos, racionais ou irracionais. a verbalização e as teorias adquirem grande importância, servindo de base ao cotidiano, e suscitando sentimentos e pensamentos condicionados.
    Por mais que se julgue profundo, o pensamento atua num âmbito bem estreito da vida. Seja ele hábil,seja experiente ou erudito, o pensamento é superficial. Como parte do todo, o cérebro, com sua incenssante atividade, valorizou-se demais perante si mesmo e dos restantes fragmentos.
    Por serem a desintegração e a contradição suas características essenciais, é ele incapaz de perceber o todo. Acostumado a reagir e a pensar em termos de opostos, o cérebro vive até hoje no conflito, na confusão, no sofrimento.
    O pensamento não pode compreender a vida integral. Essa compreenção nasce da  absoluta imobilidade do cérebro e do pensamento; sem estar ele adormecido, embotado pela disciplina e compulsão, ou hipnotizado².
    Extraordináriamente sensível, o cérebro pode permanecer imóvel e quieto, sem que isso implique na perda de sensibilidade ou capacidade de penetração.
    Surge assim, o insondável mistério do incognocível: quando o tempo e a medida cessarem de existir."

Notas do blogueiro aqui presente.
1- O Deus que as religiões nos impingem, não é Aquele em que acredito. Um deus que castiga, que determina caminhos, que vira as costas aos 'erros' que as religiões convencem que possamos cometer, justifica pois esta palavra, grifada no diminutivo.
2- O termo hipnotizado, utilizado aqui, é o que fazemos quando queremos nos convencer de algo, pródigos em livros de auto ajuda.


Jiddu Krishnamurti nasceu na Índia em 1895 e a partir dos treze anos de idade passou a ser educado pela Sociedade Teosófica, que o considerava o veículo para o "Instrutor do Mundo", cujo advento proclamavam. Krishnamurti logo emergiu como um poderoso, descompromissado e inclassificável instrutor, cujas palestras e escritos não estavam vinculadas a nenhuma religião específica, não sendo do Oriente nem do Ocidente, mas para o mundo todo. Repudiando com firmeza a imagem messiânica, em 1929 dissolveu dramaticamente a grande e rica organização que havia sido criada à sua volta, e declarou ser a verdade "uma terra sem caminhos", à qual nenhuma religião formalizada, filosofia ou seita daria acesso.