sábado, 24 de dezembro de 2011

Nossa Vida É Feita De Luz

Escrevi esta carta em resposta a outra, que recebi de um amado amigo que não via a 40 anos. 
Ela foi escrita a três anos atrás.
Com este amigo saí, aos dezoito anos, com destino a Patagônia. Eu cheguei perto, ele voltou. Nos vimos de novo, e saímos de novo; dessa vez com destino a Machu Pichu. Chegamos lá juntos, e partimos para a Colômbia pelas estradas da América do Sul. Encontrei-me com meu irmão gêmeo que estava lá; nos banhamos no mar do Caribe, dormindo sob as estrelas - que lá não são poucas. Fizemos umas loucuras e viemos correndo para o Peru de onde, numa noite de chuva torrencial, pegamos um avião para Costa Rica. Neste país nos separamos..., voltei para o Brasil dois anos depois; e ele seguiu seu rumo.
Dando uma olhadinha em antigos emails, dei com esse que escrevi após receber, com alegria,  um 'oi' da parte dele. 
Ahh, quem descobriu quem? Eu o descobri!
:)


Alegria imensa.
Fomos o que fomos, eu e vc. E somos o que somos...!
Anos e anos..., nunca esqueci de vc. Parece papo de viado, mas é a realidade...! Moro em Vinhedo a 7 anos, quando saí de SP morava numa quebrada, lá no Guarapiranga.
De fato muitas coisas aconteceram, lendo o que vc escreveu, da maneira como o fez percebo que vc continua acelerado, neste momento (agora) não me encontro assim, então, minhas palavras serão mais reflexivas, acho que sou assim mesmo, reflexivo. Minha caminhada foi diferente... Minha mãe achava que eu tava meio pirado (de repente eu tava exquisito pra eles), entrei e saí de clinicas durante um bom tempo. Na última que fiquei levei um fumo de boa qualidade pro pessoal como despedida. Não me considero usuário, tem uma parte de mim meio complicada pra droga, embora ache que exista um "caminho" pra um cara desenvolver-se espiritualmente. Tem uma parte de mim que o admira profundamente! Lendo o que escreveu volto a tomar contato com vc, com o que pensa, da maneira como pensa. Mas o que impressiona é sua energia, essa que o impusiona, produzida por seu "caminhar", e que a gente sente quase que sòlidamente!
Vc mergulha nas coisas de uma tal forma...!!!!!
Bem, então, dos 25 aos 40, sempre dependente (ainda o sou), conheci umas poucas mulheres. Em 90 conheci a mãe de minha filha (17), nem sabia que a Kate fazia um movimento. Fazia, e não era pouco...! Entrei pro "tráfico". Dez anos na bagaça. Mas só entre amigos. Nem sei como estou vivo! Achava tudo uma aventura...! Cheguei a ter 500kg de verde em minha casa, entre outras coisas. Me enchi o saco.
Na verdade andei por outros caminhos. Andei fazendo uns cursos técnicos aqui na cidade. Pretendo me formar em Massoterapia, não sou do tipo "viajante", tenho que assumir, quer dizer, até sou! Tenho vontade de viajar pelo Brasil! Mas, tenho que aprender a fazer algo que me satisfaça para poder me sustentar! Considero que este seja meu caminho (já disseram que não devemos "querer" nada, nem "considerar" nada).
Meu irmão, o Mauro, faleceu faz 3 anos, foi um baque, mas tá tudo bem!
Vi o João Bittar uma vez lá na Lapa, não nos falamos. Acho que eu estava "feio" na fita. Coisas da vida...!
Minha vida, Cezar, é a mais tranquila possível. Passei um par de anos cheirando, e bebendo como um camelo. Cuido do pouco que tenho, moro sòzinho mas estou diáriamente com meus familiares (filha, cunhada, mãe). Depois que meu irmão se foi eu é que cuido delas; administro um prédinho pra cunhada, ajudo minha mãe no que posso (tá com 90, lúcida), minha filha passou por momentos delicados (teve que interromper uma gravidez, com mandato judicial, anacefalia), depois de amanhã estaremos enterrando uma criancinha que não viveu. Mas, tá tudo bem!!! Existe uma dose de tristeza, mas não de desespero.
Não estou feliz totalmente com meu caminho, mas é esse que percorro. Prevejo mudanças..., mas tudo tem seu tempo, seu processo.
Vamos marcar esse encontro. Seria um prazer recebê-lo em casa.
Todos vivemos nossos sonhos, infeliz daquele que não o fez. Continuo vivendo os meus, mas bem mais despacito que voce! Rsrsrsrs!!!!!!!!!!
Estou sem mulher, uma bosta, acho que idealizo muito, me ferro nisso!
Sabe, Cézar, às vezes não me acho digno de sua amizade...! Não, não estou me depreciando! Apenas estou sendo "coerente" comigo. De amigos que procurei me contatar, vc é o único que tem coisas muiiito parecidas comigo, fala uma língua que me indentifico!
Hoje sei que sou e sempre fui inteligente, mas sei que inteligência não é nada sem um equilíbrio ente todas as partes. Não é por meio dela que chegamos a ser completos, contentes, saciados. Aliás, nem quero ser saciado, em nada. Apenas numa espitualidade maior.
Vou te telefonar.
Bem, fico por aqui. Não pretendo sumir, seu porra louca!
Abração forte!

PS.: sEUS FILHOS SÃO LINDOS. TODOS!!!!!! Eu bem que queria mais um ou uma, mas..., sei lá! Vai saber se não aparece uma louca querendo um filho...! Rêrêrê!!!


Uma parte de mim se pergunta o porquê de escancarar minha vida numa pagina publica, a outra responde: porque esconder se na sua vida tudo isso aconteceu? 
tem lógica... somos feitos de fatos, acontecimentos que nos levaram a reflexões e descobertas que nos definiram como o que somos hoje; então, pra que esconder??
Caso me esconda de você, em última análise, estou escondendo-me de mim; e isso não tem lógica...
Caso você se escandalize com algo que leu, nada posso fazer..., estou em paz comigo; e minha paz (hoje), não depende da sua.
Blog, pra mim, é livro... Edite-o algum dia, ele se transformará nisso.
Estou escrevendo o meu; já plantei e ainda planto árvores; tenho uma filha e ajudaria a fazer outra caso aparecesse uma mulher que quisesse ter, e que eu amasse (como meu amigo que tem uma menininha).
É isso. Me conheçam pois, mais um pouquinho; mas, não se enganem: mudamos a cada fração de tempo, constante e indefinidamente; assim que, esse que começou a escrever este post, já não é igual ao que o está terminando.


Um grande abraço a todos vocês que têm a gentileza, e o prazer, de me visitarem.
Desejo-lhes um Natal de Paz, Amor, Cordialidade, e tudo o mais que gostamos de sentir e receber.
Fiquem com Quem fez, e com Quem faz, de tudo, uma sublime realidade.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Rua Beatriz

Existe um site que nos permite passear pelas diversas ruas do planeta.
Aproveitei e dei uma volta pelas minhas reminiscências, que divido com vcs nesta oportunidade.
O site é este, experimente-o. É uma viagem!!!!
Em São Paulo morei em diversos lugares, com meus pais; desta rua fui para outra lá no Campo Belo. Depois irei para lá.
Essa ruazinha tinha alguns terenos baldios, a 23 de maio não existia (era um descampado cheio de mato, com um riachinho no meio), e eu estudava num parquinho ali perto no Parque Ibirapuera (ele, o parquinho, ainda está lá).
O bonequinho está marcando a rua errada, coisa do Maps...
Deveria colocar neste post fotos de mim, de meu irmão e irmãs, pai, mãe; do jeito que éramos; mas não tenho como escanear. Então, fica assim mesmo. Se eu fosse a Luna Sanches teria resolvido isso rapidinho.






A Solange nasceu nesta casa, em 54; numa rua que tem saída para a 23 de maio, e que agora tem o nome do famoso escultor.
Atrás tinha uma casa num nível superior de rua, cujo proprietário jogava bombons Sonho de Valsa pra mim, pro Mauro, e pra Livia. Na época eu tinha 4 anos, minha irmã era 2 anos mais velha. Maínha disse pra não pegar porque 'tinha que tomar cuidado com essa gente'. Eu, com muita pena do tio por estar sendo difamado como tarado, parei de pegar (nunca se sabe); a Livia e o Mauro, não sei... Pelo que me consta, o Mauro (um irmão gêmeo que tive até 5 anos atrás), continuou a pegar durante um tempo.
A gente tinha, - a gente não, meu pai -, um boxer que corria atrás de mim e do Mauro; dava mó medo a disgraça do cachorro.
Aquela janela de cima um dia caiu em cima dos meu braços, foi o maior auê na rua. Ainda bem que já tava na hora da mamãe chegar, só fiquei uns 20 minutos 'pindurado' do lado de dentro.
Nessa rua o Mauro (fingiu que), tomou gasolina pela primeira vez; eu acreditei...
Nos mudamos no ano que minha irmã nasceu (54, como ja disse); caraca!!!!, era a festa do IV Centenário de São Paulo, um festão da gota! Aviões soltavam folhinhas de alumínio brilhantes em forma de triangulo, fogos a dar com o pau!
Eu não fui ao Parque ibirapuera, tava com caxumba. Na verdade a gente já tava legal, sem a bendita doença; mas com medo que a gente pegasse uma recidiva, minha mãe deixou aquele pano besuntado de Iodex enrolado por um bom tempo em nossas cabeças e queixo...
É..., recordar é viver; pelo menos depois de uma certa idade...

Abraços.