sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Homem Demolido

          Ontem, pronto pra deitar-me (duas da matina), depois de escrever uma ecarta, comecei a pensar em certos acontecimentos do dia. Um deles foi esse: tendo postado um comentário no blog de uma michela do peito, 'fi-lo' de tal forma que fui ‘nomeado’ santo (na verdade ela disse que pensaria isso, caso não me conhecesse).
          Já fazem uns 3 anos que tenho tentado ‘me’ melhorar, tipo: incorporar em minha vida certos parâmetros de qualidade espiritual. De certa forma tenho conseguido, a gente sente certas mudanças.
          No decorrer desse tempo, falando com minha ex psicóloga sobre essas aspirações, foi-me dado um toque para não me perder nessas idéias, que a realidade acaba se impondo e, às vezes, de maneira desagradável. Tudo bem, captei a mensagem da minha antroposófica mestra, e lhe dei total razão.

          Continuando..., fiquei pensando o seguinte: e se toda essa relativa iluminação conseguida de lá pra cá for de fato uma concatenação de conceitos e alguma experiência, unidos a uma inteligência média, expandida pela curiosidade e leituras extensas e ecléticas, aliadas a uma facilidade de comunicação, vontade de agradar, e uma pitada de sedutora interação interpessoal?

          Pois é, qualquer um pode se colocar, ou ser colocado, numa certa posição de destaque (boa ou ruim), caso a sociedade ache por bem fazê-lo. Taí o Inacio pra não me desmentir...

          Num futuro hipotético, Alfred Bester (escritor, prêmio Hugo de ficção científica), situou um seu personagem, com distúrbios psíquicos,  numa época em que a psiquiatria tratava os casos mais graves (de assassinatos por exemplo), desconstruindo a pessoa; descascando camada por camada a personalidade do indivíduo, até chegar no âmago. O que sobrava disso era um cara despersonalizado, tipo um repolho, que depois seria ‘reconstruido’.

          No caso acima, a atitude tomada era a de uma real demolição, como a do HAL (que deu certo trabalho pra ser ‘reconstruído’). No meu caso (e no de nosotros), não há essa necessidade. Desenvolvemos uma auto atenção que deriva da consideração, do respeito, que damos e recebemos das pessoas. Nos perguntamos (ou deveríamos nos perguntar), o que fazer (ou o que fizemos), em determinada situação. Creio que, caso estivessemos em contato com nossa alma ao agirmos de determinado modo (se foi o melhor que pudemos fazer, e se a ação conteve uma verdade real e pessoal, e portanto foi cristalina), então tá tudo bem!

          Chego à conclusão que: se minha amiga do peito achou que, naquele momento, fui santo, ela tem total razão!

          Só não entendi porque, para provar que não era santo, eu dei uma alugada nela contando que ficava pendurado nos buracos de fechadura com 6 anos de idade... Que depois de várias  buscas (esparsas, mas incansáveis), descobri o ponto F (o G eu desisti)...

          Será que tenho problemas com a santidade?

Um comentário:

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