sábado, 24 de outubro de 2009

FACILIDADES DIFÍCEIS


        Delícia escrever. Mas, quanto mais se mergulha neste universo...
        É como entrar na caverna do Ali Babá: jóias pra todo lado!
       O deslumbre está lá dentro, ofuscante: informações, experiências pessoais (ou não), viagens na maionese (ou não), milhões de palavras e idéias!
       O perigo está lá fora: os 40 ladrões: leitores críticos, conhecedores (e desconhecedores), de suas peripécias; familiares estupefatos e constrangidos, colegas ávidos por tropeços e confidências.
      O sábio, sabiamente sabe que: estando a pessoa ilusoriamente separada do todo, fatalmente fará de alvo (e será alvo), de todo tipo de opiniões e reações. Para que o ‘risco’ não exista (ou seja minimizado), há de se encontrar um modo, um lugar, um espaço, uma ‘dimensão’, em que algumas coisas podem ser faladas sem que necessariamente alguém (ou quem escreve), seja atingido(a).
       Que lugar é esse?
       Não sei, mas tenho uma idéia: aqui não é!
       Normalmente vemos o bom senso presente nas páginas dos blogs, mas é ilusório. Aqui escrevemos, às vezes de peito aberto, verdades bem humoradas, alegres desânimos inesperados, polêmicas idéias concretas, conclusões sexualmente evidentes, e por aí vai. Quem tem um mínimo desse bom senso (‘verdadeiro’), não fica cutucando cacho de vespa com pauzinho (como eu , lesada mente, fiz um dia).
       Em um mês de blog e já estou entrando em minha primeira crise...: conto que brinquei de médico? Até dá, numa boa. Posso falar com quem? Até posso, mas não numa boa... Poderia até ser processado. Essa pessoa (querida, claro), levou anos remoendo o deslize cometido na infância. Infância essa da qual eu fazia parte também, embora fosse menos encucado com besteiras, e louco por aventuras. Como uma amiga disse, temos um ‘lado negro’, assim mesmo entre aspas (não é um lado mau). Outra situação: digamos que aconteça qualquer coisa comigo que envolva sexo, discussão familiar, perversões capilares... Como poderei me dirigir ao imenso público que me cultua? E as mulheres, o que falarão de mim??? Esconderei, pois, os reais acontecimentos vividos? Crio um alter ego? Digo que tenho prova de aritmética amanhã, e vazo?
        É isso, não quero terminar como o Hemingway: amargurado.
       Talvez, poderia colocar umas receitas aqui...
       Hummm...! Tenho umas bem legais! Vocês vão adorá-las! Tem pro ano todo!!!
       É isso! Paro de falar besteiras, crio um blog de culinária, boto uns anúncios de açúcar, e, principalmente, tiro o meu da reta!

4 comentários:

  1. rsrsrsrs... bem vindo à neura, Sylvio!

    e tenho más notícias: não há respostas pra essas perguntas que você fez, pelo menos não achei ainda.

    mas não tire o seu da reta, estamos adorando ler tudo isso aqui :)

    beijos

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  2. Mas o bom é falar tudo, vomitar tudo de podre que passa na sua mente... Esse é o grande barato dos blogs...

    Por isso sou anômima... rs... Porque quando assinava minhas postagens acabava chegando no ouvido de alguém de meu convívio e aquilo dava uma confusão... rs

    beijocas

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  3. Cosmu, na verdade, se não houver perguntas, todas as respostas serão válidas. Na real as perguntas embutem as prórias respostas; pois usando a alma tudo fica em tempo real.
    Tenho um perfil anônimo no orkut, só pra zoar. Aqui..., vamos ver o que dá. Por outro lado, estar no agora é gratificante (eu tento estar).
    Brigadu pela sua presença, suas poesias são muito..., lindas. Como uma manhã.

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  4. Dama, não imagino uma página escreita por mim sem estar prenchida..., comigo; com uma realidade vivida sentida cheirada por essa unidade vivencial composta por um corpo, uma mente, uma alma.
    É essa atitude que chama para perto pessoas como você, como a Cosmu. Me exponho verdadeiramente para me relacionar com pessoas da mesma 'estirpe', que se escarafuncham o mínimo nescessário para se ter uma vida conciente.
    Que bom que ganhei vocês, um belo Presente. Nem que momentâneo seja.

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