Um Poeta Humanamente Chacal

...cupido...

minha escrita é reta como seta

que aponta fálica tipo faca

para o alvo de tua alva alma

onde almejo o beijo fatal

alvejarei a uva e a cereja

que se aninham ali na linha

equidistante entre o antes e o durante

na rota do teu agora

me agrada esse cortejo
sei que ele te excita
isso facilita e melhora a precisão da mira
por onde miro e cobiço tua amora
atesto que meu texto te seduz
esta é minha intenção
porque senão onde residiria
qualquer outra função à poesia?
o poeta é um chacal que pelo verso se traveste de cordeiro
e acredita piamente que o seja mas se trai em cada frase
que não é mais que uma espreita na espera do avanço
no intento do abate sem embate traiçoeiro e fatal


Melhor do que falar de Guru Martins ('truta', broder da Betina!), é postar sua poesia, que, vou te contar: é de alta amperagem!
http://balaiodasletraseoutrasdoguru.blogspot.com/
No começo fiquei meio assim, depois, meio assado... O rapaz é fera.
Pensei num primeiro momento que fosse um poeta comedor (conheci um bunitão assim lá em Buenos Aires quando era mochileiro nos anos 70, o cara comia todas com seus versinhos, tanto quanto o Berluscone com sua grana e posição; se fosse invejoso, eu teria morrido lá, nos anos 70...).
Mas o Guru é algo mais; viajamos com ele, nos vemos no poema, que é universal.
Mulheres podem ser nossa caça, assim fomos feitos; mas morremos a cada passo que damos para nos acercar do que caçamos, para reviver nesta dança magica.

(Betina acabou de me informar: na semana passada Guru Martins perdeu um filho, em um acidente de moto.)