quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Filhos Filhas

       Ter, é uma maravilha. Ser, também.
O problema do 'ser' filho, é a responsabilidade, que tá bem mais perto do nosso couro que, quando arde (no caso de uma cinta, ou um tapa), a gente sente. A maioria de nozes sabe do que estou falando. E tem outras sensações né, que um filho(a) sente durante o crescer: medos, ansiedade (constante, eterna), apreensões, vontade de fugir, vontade de voltar, raivas, incompreensões, desinteligências, pequenas humilhações, desenganos...
       Tem coisas boas, mas essas costumamos percebê-las (e vivê-las), com mais idade.
       Anteontem, minha mãe tinha médico. Combinamos que, as 16:00 hs, estaria a postos para levá-la. Por inúmeras (e reais) razões, era essa minha missão naquela hora, chovesse ou fizesse sol. Pois bem, não fui. ‘Misquici’! Ela ligou e raivosamente comunicou:
       - Estou aqui, na frente de casa, te esperando. Onde você está?
       Esfriei. Cacete! Como fui esquecer???
       Pronto... Aquela sensação tão conhecida, causada por uma entonação muitas vezes ouvida, oprimiu minha caixa torácica. Mas, graças a Deus, não da forma como era sentida antigamente: nublando meu dia e minha alma.
       Não por que não me permito senti-la, ou por que me recuso a sentir, mas, simplesmente por não compactuar com raivas alheias, independentemente das razões que a causaram, independente a quem dirigidas. Não me entrego mais a autocomiserações por saber, exatamente, o quão posso ser imperfeito em determinados momentos. Acredito que, se uma pessoa segue o Caminho da Perfeição, mencionado por      Cristo a quem O seguisse, dificilmente essa pessoa esqueceria alguma obrigação, pois seu ser estaria voltado ao Altíssimo. Não é bem o meu caso: até que tento trilhar o Bom Caminho, mas isso não evita deslizes que podem ser considerados, momentaneamente, sinal do fim dos tempos.
       Hoje, me sinto mais completo, mais forte, por ter mais consciência e usá-la com maior constância. Mas, e o povo mais novo, que tem uma razoável caminhada pela frente, e nem tem tempo de pensar muito nessas coisas, apenas vão sentindo, pensando, sentindo, meio que misturando razões e emoções. Como ficam?   Ficam. Como nós mais velhos ficávamos: engolindo constantemente nossos corações.
       Como filhos(as), temos nossas obrigações, e nossa individualidade (que deve ser respeitada primeiramente por nós). Caso encontremos um equilíbrio, que a consciência das coisas e das pessoas, nos dá, poderemos ser bons pais e/ou mães para nossos filhos e filhas.
       Como filhos que somos (ou que fomos um dia), isso não é impossível.



2 comentários:

  1. Oi Sylvio, não precisa buscar to aqui...:)...rs

    Sabe, sou filha, e eu e minha mãe somos assim cúmplices, somos muito, mas muito amigas mesmo....e sei que não fui uma pessoa nada fácil.Sai de casa rumo ao Canadá aos 16 anos , emancipada porque disse que iria fazer um intercâmbio...mas fui mesmo trabalhar...lembro da minha mãe, do susto, pai militar, estudei em colégio de freira, quase virei Santa(mentira esta parte tá??rss), mas meu amor e minha dedicação de filha sempre estiveram presentes, mesmo longe, hoje tá tudo mudado né?os jovens andam mais apressados que nunca, perderam a noção de limites, fomos rebeldes sim!, mas nem tanto assim.

    O importante hoje é que alem de serem pais, antes de qualquer parentesco, tem que serem sim amigos...sempre...

    Adorei o post...:)


    P.S:_Já levei muita bronca de deixar minha mãe esperando pra sair comigo também...rsrs

    Bjo!

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  2. Que bom que a gente vai aprendendo algumas coisas com o tempo, né?
    Que bom que vc aqui está.

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