domingo, 25 de outubro de 2009

FORMAÇÃO ACADÊMICA

De muitas formas a minha foi formada, amorfa ela não é!
Ela começou com aquele livro de criança, fino, com gravuras de passarinhos suavemente gordinhos e azulados, tinha patinhos amarelinhos, vacas..., tudo acompanhado por um texto em poesia rimada, simples. Outro dia vi o livrinho, senti uma certa nostalgia.
Com oito, nove anos (68/69), comecei a devorar as Seleções Rider’s Digest, de 1935 a 1950, que tinha na casa de minha tia em Peruíbe. Decorei a maioria, sempre as achei meio besta, careta; mas tinha letras, frases, e algumas histórias e reportagens interessantes.
Depois, que me lembre, caiu na minha mão nessa época uma revistinha do Zéfiro, valha-me Deus, quase morri! Já tinha tido umas experiências sexuais: tentei durante mais de uma hora encostar meus pés na perna de uma prima com quem dormia junto nas férias (ela nem tchum). Quase meu pé se separa, de tanta força que fiz pra alcançar a zona do agrião. Bem, o livrinho do Zéfiro: minha Nossa Senhora! Quase morro! Era tão bem desenhado, com uma natural e feminina sem vergonhice - mulheres que pareciam com minhas professoras, vizinhas, etc (nem eram parecidas, mas com oito, nove anos a gente é ligado em todas) – os traços do desenho eram cheios, generosos, redondos. As posições não continham uma lascívia pecaminosa, mas, evocavam imagens, momentos, que de tão normais até já tínhamos pensado neles. Pois bem, o que eu fiz??? Abri a revista, dei uma olhada, meu coração deu uma falhada de alegria (nunca tinha visto uma mulher nua, só uma vez!!!), folheei antegozando os momentos que teríamos eu e as minas no futuro próximo, sózinhos, secretamente... E guardei a dita cuja. Com tanta ansiedade que a perdi. Procurei que nem um desesperado. Nunca mais!
Nesta época tomei contato com Jack London.
Depois disso, com 12, 13 anos, interno num colégio salesiano, quase virei santo. Não li muito nesta época, mas, fui campeão de ping pong (entre 100 alunos dos 400 do colégio), e escrevi muitas cartinhas pra minha mãe.

Com 14 tomei conhecimento do Rudyard Kipling. Depois veio Assim Falava Zaratustra, George Bernard Shaw (sensacional!!!), Adous Hunxley, Pasquim pra caramba (todos), ficção científica da coleção Argonautas (me deliciava com a qualidade literária, com a criatividade, e com o conhecimento técnico). Comecei, depois dos 25, a devorar revistas de quadrinhos para adultos: Heavy Metal, Chiclete com Banana (ahh, os Palhaços Mudos do Laerte!), The Freek Brothers, Moebius, Bilal, o Gato Fritz, Ken Parker, e outras publicações francesas e americanas. Daí, conheci a revista O Lobo Solitário e Filhote, de dois mestres japoneses Kazuo Koike e Goseki Kojima; O ápice da perfeição do desenho, e roteiro, em quadrinhos.
Passei a freqüentar a Amostra Internacional de Cinema, mas muito antes dessa época saía de Santo Amaro para assistir a festivais de cinema japonês lá perto da Prça. Clovis, no cine Jóia. Ía também, nos anos 70, no cine Bijou, na Roosevelt, ver Pasolini, Fellini, La Grand Buffe (A comilança), aqueles italianos e franceses (A Noite Americana) interessantes.
Quando começou a onda de pornôs, eu dei umas olhadas mas não me liguei muito.
Sei lá, sempre fui meio esquisito...
De 90 pra cá..., comecei a ficar mais ‘exotérico’. Mas essa etapa literária, e acadêmica claro (não é disso que estamos falando?), a gente conversa em outra hora. Falou?
Firmeza!

6 comentários:

  1. Caraca! Vc está uma metralhadora pra postar... rs...

    Até fiquei inibida em comentar... ahahah

    Bem... Quanto a sua pergunta no meu blog, geralmente eu respondo pra pessoa quando a visito, e quando eu tenho uma resposta... ahahah... Porque nem sempre a resposta é algo que se deve dizer escrevendo, talvez no cara a cara... Por tudo isso eu resolvi não responder nada nos comentários... Isso tb implicaria em eu contestar comentários nada a ver de pessoas que nem se dão ao trabalho de ler o post, é bem complexo... Optei por deixar todo mundo livre pra escreve o que quiser, sem interferir. Claro que comentários ofensivos de anônimos eu excluo todos... rs

    Beijocas

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  2. Não se iniba. Nunca! Não aqui!
    E outra coisa: ficou inibida porque menina de Deus???????? Será que falei muita besteira?????
    Vixi! Mais uma noite sem dormir!!!!

    Entendi seu ponto de vista. Éque é tãããão gostoso ouvir um comentário da(o) dona(o) de um blog...!

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  3. que delícia esse teu texto...

    "Ía também, nos anos 70, no cine Bijou, na Roosevelt, ver Pasolini, Fellini, La Grand Buffe (A comilança), aqueles italianos e franceses (A Noite Americana) interessantes."

    vixe menino... acho que nos vimos por lá! É quase certo.
    Eu não sabia que você é paulistano da gota serena :)

    fimeza, meu!
    rsrs
    beijão

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  4. Hi Sylvio, obrigada por me visitar e principalmente por comentar..aprecio muito isso.
    Realmente na minha pintura tentei captar um pouquinho de nosso lado( meu seu talvez ) mais Dirthy..que todos temos.
    Gostei muito de teu texto..leve divertido e também saudosista..mas quem não o é quando se tem essa sede infinita de vivências!?!
    Abrazos.

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  5. Yasmim, praticamente a Wall que a apresentou para mim. fiquei feliz em conhecê-la, e ao seu trabalho.

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